Estimulação cerebral profunda para tratamento de casos refratários de transtorno obsessivo compulsivo

Deep brain stimulation for the treatment of refractory obsessive compulsive disorder

Autores

  • Débora Amorim Meira Boa Sorte Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO
  • Marcio Zanini Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO

Palavras-chave:

Estimulação encefálica profunda, TOC, obsessivo-compulsivo, refratário

Resumo

Introdução: O transtorno obsessivo compulsivo é representado por um grupo de sintomas que incluem pensamentos intrusivos, rituais, preocupações e compulsões. Um indivíduo portador desse mal pode ter uma obsessão, uma compulsão ou ambas. Pesquisas têm demonstrado que o circuito córtico-estriado-tálamo-corticais parece ser o principal envolvido na fisiopatologia do seu desenvolvimento. A primeira linha de tratamento inclui a administração de Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina e Terapia Cognitiva Comportamental, isolados ou combinados. No entanto, cerca de 10% dos pacientes não apresentam resposta aos tratamentos farmacológicos e/ ou psicoterápicos aplicados, mesmo após essas estratégias de potencialização, sendo, portanto, classificados como transtorno obsessivo compulsivo refratário. Na busca por novos métodos de tratamento para pacientes nesta situação, têm sido realizados estudos que investigam a estimulação cerebral profunda. Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática de ensaios clínicos randomizados que correlacionem o uso de estimulação cerebral profunda em pacientes com diagnóstico de transtorno obsessivo compulsivo. A pesquisa foi realizada em artigos publicados nas bases de dados MEDLINE (PubMed), Scielo, LILIACS, BIREME e “Portal de Periódicos Capes” (governo brasileiro). Resultados: Os estudos apontaram melhora dos sintomas obsessivos compulsivos na fase de estimulação elétrica, com pontuações na escala de avaliação de sintomas na escala de sintomas obsessivos compulsivos de Yale-BOCS significativamente melhores quando comparados à situação pré-intervenções. A maioria dos efeitos adversos encontrados foram leves. O evento adverso psiquiátrico mais comum entre os estudos foi a hipomania. Discussão: Ao contrário da capsulotomia, uma cirurgia ablativa irreversível, a estimulação cerebral profunda surge como uma alternativa terapêutica adaptável e reversível, permitindo a modulação das redes neurais disfuncionais envolvidas no transtorno obsessivo compulsivo. A estimulação cerebral profunda tem apresentado resultados encorajadores em pacientes resistentes ao tratamento clínico, com melhora significativa dos sintomas, associado a uma boa tolerabilidade e um perfil de efeitos colaterais leves, em sua maioria.

Publicado

2022-12-12

Edição

Seção

Apresentação de Caso e Revisão da Literatura

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