Análise comparativa da gravidade na admissão em Unidade de Terapia Intensiva e dos dados demográficos entre a primeira e a segunda onda da Covid-19 no Brasil

Comparative analysis of severity of acceptance in the Intensive Care Unit and of demographic data between the first and second waves of Covid-19 in Brazil

Autores

  • Leonardo Costa Lobato Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO

Palavras-chave:

Covid-19, pneumonia viral, Unidades de terapia intensiva

Resumo

Objetivo: Comparar os dados de gravidade na admissão da Unidade de Terapia Intensiva e os dados demográficos de indivíduos acometidos pela COVID-19 durante a primeira e a segunda onda, ocorridas entre os meses de julho e setembro de 2020 e os meses de março e junho de 2021 respectivamente. O local do desenvolvimento do estudo foi a Unidade de Terapia Intensiva de um hospital terciário da cidade de São Paulo. Métodos: Foram estudados 510 indivíduos (primeira onda, 111; segunda onda, 399), com idade média de 62,1 anos, com diagnóstico confirmado de Covid-19, de ambos os sexos, submetidos à internação do Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira” HSPE-FMO em São Paulo. Comparou-se um conjunto de achados referentes à primeira e à segunda onda, da gravidade dos pacientes portadores de Covid-19 na admissão por meio dos escores Sequential Organ Failure Assessment e Simplified Acute Physiology Score 3. Foram registrados idade, prevalência por sexo, etnia, percentual de óbitos, tempo de internação hospitalar e tempo de internação em unidade de terapia intensiva. Resultados: Não houve diferença significativa entre a primeira e a segunda onda para os escores Simplified Acute Physiology Score 3 (primeira onda: 68 (12,5); segunda onda: 68 (10,5); IC 95%: -2,31; 2,33; p=0,99; effect size: 0), probabilidade de óbito (primeira onda: 50,3 (20,2); segunda onda: 51,3 (18,9); IC 95%: -5,09; 3,03; p=0,61; effect size: 0,05) e Sequential Organ Failure Assessment (primeira onda: 7,4 (2,6); segunda onda: 7,8 (2,7); IC 95% -0,97; 0,18; p=0,18; effect size: 0,15), gênero (sexo feminino: 171; 42,8%, sexo masculino: 228; 57,2%; p=0,54), número de óbitos (primeira onda: 52 óbitos; 46,8%; segunda onda: 228 óbitos; 57,1%; p=0,12), tempo de internação hospitalar (primeira onda: 26,5 dias (18,1); segunda onda: 26,8 dias (18,4); IC 95%: -4,19; 3,56; p=0,87) e tempo de internação na UTI (primeira onda: 13,7 dias (10,7); segunda onda: 15,3 dias (16,1); IC 95%: -4,80; 1,57; p=0,32). Durante a segunda onda, os indivíduos eram 2,6 anos mais jovens que na primeira onda (primeira onda: 63,4 anos (13,2); segunda onda: 60,8 anos (10,8); IC 95%: 0,25; 5,06; p<0,05; effect size: 0,21). Conclusão: Não houve diferença significativa com relação à gravidade na admissão em Unidade de Terapia Intensiva, com relação ao percentual de óbito, ao gênero, ao tempo de internação hospitalar e ao tempo de internação. Durante a segunda onda, os indivíduos eram significativamente mais jovens (média de 2,6 anos) em relação à primeira onda.

Publicado

2022-12-12