Oxigenoterapia domiciliar prolongada após internação por COVID-19

Prolonged home oxygen therapy after hospitalization for COVID-19

Autores

  • Gabriel Domingues dos Santos Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO
  • Maria Vera Cruz de Oliveira Castellano Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO

Palavras-chave:

Oxigenoterapia, COVID-19, Infecções por SARS-CoV-2

Resumo

A pandemia causada pela COVID-19 já acometeu até o momento, mais de 250 milhões de pessoas e causou cerca de 5,18 milhões de mortes no mundo, segundo a OMS e tornou-se a doença infecto contagiosa mais letal no planeta atualmente. Devido à sua gravidade teve grande impacto no sistema de saúde de diversos países. Dentre os pacientes diagnosticados com a síndrome respiratória aguda por SARS-CoV-2, alguns apresentam sequelas pulmonares. Ainda há poucos estudos sobre a evolução destes pacientes e a necessidade do uso contínuo de medicações ou oxigenoterapia domiciliar prolongado. Objetivos: Identificar os pacientes internados por COVID-19 em hospital terciário que receberam alta hospitalar com oxigenoterapia domiciliar e a duração em meses da necessidade do aporte suplementar de oxigênio. Secundariamente, relacionar os dados obtidos com a gravidade dos casos, sexo, idade, tempo de internação e comorbidades apresentadas pelos pacientes. Métodos: Estudo descritivo retrospectivo que avaliou dados dos prontuários de pacientes internados com diagnóstico de COVID-19 confirmado por teste laboratorial (RT-PCR ou sorologia) no Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO, São Paulo, no período de maio/2020 a março/2021 e que receberam alta com prescrição de oxigenoterapia domiciliar segundo as diretrizes vigentes. Foram excluídos os pacientes com dados incompletos em prontuário médico. Resultados: No período do estudo foram internados 3414 pacientes por COVID-19 com confirmação laboratorial por RT-PCR ou sorologia. Destes, 105 (3%) receberam alta com prescrição de oxigênio domiciliar. Em 30 casos, havia dados incompletos em prontuário médico. Demograficamente, a amostra estudada (N=75), teve predominancia do sexo feminino (53,3%) e a média de idade foi de 70 anos (50-90 anos). O tempo médio de internação foi de 20 dias e 24% dos pacientes receberam suporte de terapia intensiva durante a hospitalização. A maioria dos pacientes (64%) apresentou mais de uma comorbidade, sendo as mais frequentes; hipertensão arterial sistêmica (66%), diabetes mellitus (44%), pneumopatia (30%), cardiopatia (24%), nefropatia (12%) e neoplasia (10%). Quanto ao tempo de uso de oxigenoterapia domiciliar, apenas 33,3% usaram por mais de 3 meses. Entre esses, 40% tinham diagnóstico prévio de pneumopatia (DPOC, DPI, SAHOS e ASMA). Conclusão: A minoria dos pacientes que tiveram alta hospitalar após internação por COVID-19 necessitaram de oxigenoterapia domiciliar. Em sua maior parte, apresentaram mais de uma comorbidade e 30% doença pulmonar prévia. Observou-se que o tempo de uso de oxigênio pós alta hospitalar na população estudada foi, em geral, menor do que 3 meses. A indicação de oxigenoterapia domiciliar, utilizou os critérios estabelecidos nas diretrizes vigentes, o que talvez não seja adequado para pacientes com COVID-19.

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Publicado

2022-05-13

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