Repercussões materno-fetais em gestantes com Covid-19

Autores

  • Gabriel Duque Pannain
  • Maria Clara Alves de Lima Brito IAMSPE
  • Maria Luiza Toledo Leite Ferreira da Rocha IAMSPE
  • Reginaldo Guedes Coelho Lopes IAMSPE

Palavras-chave:

COVID-19; Gravidez; Saúde pública; SARS-CoV2; Parto.

Resumo

Introdução: Parece haver uma via de mão dupla quanto à influência mútua da infecção por SARS-CoV2 no período gravídico puerperal. Complicações como sofrimento fetal, ruptura prematura de membranas, partos prematuros e pré-eclâmpsia são eventos mais frequentes entre as gestantes infectadas. Além disso, especula-se que a evolução do quadro gripal parece ser mais grave nesse grupo de pacientes. Objetivos: Analisar o perfil epidemiológico das pacientes com infecção pelo SARS-CoV2 avaliado no momento do trabalho de parto e analisar as repercussões maternofetais. Metodologia: Foi realizado estudo retrospectivo observacional descritivo de prevalência analisando o banco de dados da seção de Obstetrícia das pacientes que tiveram o parto na ala de pacientes suspeitas para infecção por SARS-CoV2 no Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO, São Paulo, no período de março de 2020 à junho de 2021. Resultados: No período analisado, 29 pacientes tiveram o parto realizado na ala
de Covid-19 do Hospital. Dessas pacientes, 41% (n = 12) tinham sintomas no momento do diagnóstico. Quanto ao método utilizado, 55% (n = 16) tiveram seu diagnóstico através do teste rápido e 41% (n = 12) pelo teste RT-PCR. Apenas 13% do total de todas as pacientes necessitou de oxigenioterapia suplementar. Quanto à via de parto, 65% das pacientes foram submetidas a cesariana e 35% evoluíram para parto vaginal. Quanto à análise do neonato, a média do peso ao nascer foi de 3121 gramas (o menor peso foi 1100g, e o maior, 4020g) e houve um óbito fetal. Discussão: A infecção por Covid-19 não é, por si só, indicação de parto cesariana. É recomendada nos casos em que a paciente se encontra instável hemodinamicamente e com baixa saturação. Pacientes com sintomas, porém sem dispneia, podem evoluir com parto vaginal. A evolução dos neonatos foi completamente favorável e nenhum deles evoluiu com infecção por SARS-CoV2. Conclusões: Apesar de apresentar os mesmos sintomas, achados laboratoriais e de imagem que a
população não gestante, a prevalência de complicações parece ser maior neste grupo de mulheres. Por outro lado, mesmo podendo aumentar a taxa de prematuridade e cesariana, não parece interferir no desenvolvimento do feto e na saúde do neonato. 

Publicado

2021-11-19