Fatores de risco para síndrome cardiorrenal após infarto agudo do miocárdio
Risk factors for cardiorenal syndrome after acute myocardial infarction
Palavras-chave:
Síndrome cardiorrenal, infarto agudo do miocárdio, injúria renal aguda, insuficiência cardíaca, síndrome coronariana agudaResumo
Introdução: As interações entre coração e rim, também conhecida como síndrome cardiorrenal, trazem impactos negativos na função renal e na evolução clínica dos pacientes após o infarto agudo do miocárdio. Este estudo tem os objetivos de avaliar a incidência dessa síndrome após o infarto e analisar a presença dos fatores de risco desencadeantes para a lesão renal aguda nesses pacientes. Métodos: Estudo clínico, de coorte retrospectivo, no qual foram analisados os prontuários de pacientes maiores de 18 anos, internados com hipótese diagnóstica de infarto agudo do miocárdio entre agosto 2018 e março 2019. Foram coletados dados clínico laboratoriais, morbidades associadas e complicações clínicas como edema agudo do pulmão, choque cardiogênico e infecções; dosagens de creatinina, troponina, CKMB e peptídeo natriurético durante uma semana após internação por infarto. A incidência de lesão renal aguda foi expressa em frequência percentual e respectivo intervalo de confiança a 95%. Foi considerado significativo P< 0,05. As análises estatísticas foram realizadas com o software SPSS v. 20. Resultados: foram incluídos 180 pacientes na análise, com predomínio do sexo masculino (53,9%) e idade de 69,9±11,4 anos. As morbidades mais frequentes foram hipertensão arterial (77,8%) e diabetes mellitus (45,0%). A creatinina sérica da admissão foi de 1,15 ±0,8 mg/dL. Verificou-se que 32,8% apresentaram supradesnivelamento do segmento ST no diagnóstico, 28,9% classificados com Killip I e 7,2% Killip 2. A avaliação da fração de ejeção cardíaca estava preservada (> 55%) em 35,6%. A análise mostrou a incidência de LRA em 25 % (IC 95% 18,8%-31,9%) dos quais 93,3% síndrome renal aguda leve. Os fatores de risco relacionados a lesão renal aguda foram: idosos (≥ 60 anos) em 28,8%, portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (66,7%), fração de ejeção inferior a 55% (31,3%), choque cardiogênico (50,0%) e infecções (54,5%). Após a análise multifatorial a fração de ejeção < 55% permaneceu como preditor independente de lesão renal aguda (OR= 2,58; IC 95% 1,01-6,60). Conclusões: Nesse estudo o infarto agudo do miocárdio foi prevalente entre homens, com alta frequência de hipertensos e diabéticos. Houve predomínio da lesão renal aguda leve especialmente em idosos, portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica, fração de ejeção menor que 55%, e que tiveram um episódio de choque ou infecção. Após ajuste variável o maior risco permaneceu naqueles com apresentavam a fração de ejeção < 55%.
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