Validação da classificação de Lyon para o diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico

Validation of the Lyon classification for the diagnosis of gastroesophageal reflux disease

Resumo

Introdução: O Consenso de Lyon, atualizado em 2018, fornece informações claras e práticas para o diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico. Os valores limites de referência para o tempo de exposição ácida nas 24 horas foram acordados e recomendados: >6% e <4% foram considerados definitivamente anormais (patológicos) e normais, respectivamente, enquanto valores entre 4% e 6% foram considerados inconclusivos. Há necessidade de evidências de suporte por parâmetros adjuvantes, inclusive o número de refluxos totais, probabilidade de associação de sintomas (PAS) e índice de sintomas. Graças a isso, uma terapia sob medida que vai além dos sintomas pode agora ser oferecida aos pacientes. Objetivo: O objetivo deste estudo é definir o valor dos parâmetros da pHIntrodução: O Consenso de Lyon, atualizado em 2018, fornece informações claras e práticas para o diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico. Os valores limites de referência para o tempo de exposição ácida nas 24 horas foram acordados e recomendados: >6% e <4% foram considerados definitivamente anormais (patológicos) e normais, respectivamente, enquanto valores entre 4% e 6% foram considerados inconclusivos. Há necessidade de evidências de suporte por parâmetros adjuvantes, inclusive o número de refluxos totais, probabilidade de associação de sintomas (PAS) e índice de sintomas. Graças a isso, uma terapia sob medida que vai além dos sintomas pode agora ser oferecida aos pacientes. Objetivo: O objetivo deste estudo é definir o valor dos parâmetros da pHmetria convencional em uma população brasileira em comparação com os valores do tempo de exposição ácida propostos pelo Consenso de Lyon e os achados endoscópicos. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo observacional com análise de laudos de pHmetria e prontuários dos pacientes entre os anos janeiro de 2020 e maio de 2022 realizado em hospital terciário de São Paulo. Resultados: Foram avaliados 304 exames de pHmetria no período de 2020 a 2022. Cento e trinta e dois (43,4% dos casos) apresentaram pH<4%, 33 (10,8%) pH entre 4 - 6 % e 139 (45,8%) tiveram pH>6%, portanto entrando em concordância com o Consenso de Lyon. Quanto aos achados endoscópicos, os exames com pH>6% apresentaram um número maior de esofagites (Grau A, B e D de Los Angeles), hérnia hiatal e esôfago de Barrett. Conclusão: Foi possível concluir que a maioria dos casos apresentaram tempo de exposição ácida acima de 6%, corroborando com o que foi proposto pelo Consenso de Lyon. Com isso, a utilização destes novos valores normativos poderá trazer muitos benefícios quanto à definição, com uma precisão maior, da doença do refluxo gastroesofágico, e ser mais assertivo quanto à terapêutica instituída.