Avaliação da depressão pós-parto em um hospital terciário

Evaluation of postpartum depression in a tertiary hospital

Resumo

A depressão pós-parto é um problema importante de saúde pública e afeta tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento da criança. Inicia-se, geralmente, entre duas semanas até três meses após o parto e apresenta uma prevalência entre 10 e 29% no Brasil. O presente estudo teve como objetivo a avaliação da depressão pós-parto nas puérperas que realizaram acompanhamento no Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira” - São Paulo. Trata-se de um estudo de natureza quantitativa analítica, observacional e delineamento transversal. A coleta de dados aconteceu entre dezembro de 2021 e julho de 2022, período no qual foi aplicado um questionário a 60 puérperas atendidas em consultas de puerpério. O questionário abordou dados pessoais e questões inerentes à Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo, utilizada para avaliar a probabilidade da doença. Verificou-se que houve maior prevalência de puérperas na faixa etária de 31 a 40 anos. Com relação à paridade, houve maior número de pacientes primíparas, com apenas uma gestação e um parto, cerca de 30 puérperas (50,0%). Além disso, com relação ao tempo de parto na primeira consulta puerperal, a maioria das puérperas compareceu à consulta entre 41 a 50 dias após o parto. A maioria das puérperas apresentou uma pontuação final menor que dez pontos, indicando baixo risco de depressão. No entanto, a prevalência de depressão pós-parto ou risco de apresentá-la foi de 41,7%, maior do que a média nacional. Os resultados servem como auxílio no conhecimento epidemiológico da população envolvida e demonstram a necessidade de desenvolver ações e intervenções de sensibilização e orientação de toda a equipe obstétrica a fim de possibilitar o acompanhamento psicológico e psiquiátrico, quando necessário, e assim minimizar os prejuízos biopsicossociais à mãe e ao recém-nascido.