Síndrome neuroléptica maligna

Neuroleptic malignant syndrome

Autores

  • Amanda de Carvalho Hipólito Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO
  • Marta Junqueira Reis Ferraz Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO

Palavras-chave:

Síndrome maligna neuroléptica, antipsicóticos, receptores dopaminérgicos

Resumo

Introdução: A síndrome neuroléptica maligna é uma complicação idiossincrática relacionada ao uso de antipsicóticos, antieméticos, anti-histamínicos e com a suspensão de agonistas dopaminérgicos. Clinicamente caracteriza-se por uma tétrade composta por febre, rigidez muscular, alteração do estado mental e disautonomia. Apesar de rara, é potencialmente letal. O tratamento requer a suspensão imediata do agente causal, além de suporte clínico, realizado, preferencialmente, em ambiente de terapia intensiva. Relato de caso: Paciente de 68 anos, sexo masculino, em acompanhamento com neurologista para investigação de síndrome demencial iniciada há um ano e seis meses. Progrediu com grave comprometimento da funcionalidade, apresentando-se completamente dependente para atividades básicas de vida há um mês da admissão hospitalar. Realizava tratamento contínuo com cloridrato de memantina e cloridrato de donepezila para tratamento de Doença de Alzheimer, além de cloridrato de clorpromazina e risperidona, direcionados ao controle dos sintomas de agitação psicomotora e agressividade. Paciente encaminhado ao Serviço de Urgência e Emergência de hospital terciário devido a
rebaixamento do nível de consciência e rigidez muscular iniciados há 5 horas da admissão hospitalar. Iniciadas as ações terapêuticas com suspensão das drogas antipsicóticas, suporte clínico e cloridrato de amantadina, tendo evoluído com melhora clínica e laboratorial. Discussão: A síndrome neuroléptica maligna é uma emergência neurológica relacionada ao uso de medicações, como os antipsicóticos. Do ponto de vista clínico, considera-se o diagnóstico possível de SNM quando há a presença de dois dos quatro sintomas cardinais da síndrome, no contexto de uso de um agente causador. No diagnóstico diferencial da síndrome, diversas condições clínicas devem ser consideradas, entre elas infecções/sepse, hipertermia maligna, síndrome serotoninérgica, entre outras. O tratamento requer a suspensão imediata do agente causal, além de medidas de suporte clínico. Frequentemente, os pacientes evoluem sem sequela. Conclusão: A síndrome neuroléptica maligna consiste em uma reação idiossincrática rara, mas potencialmente letal, secundária ao uso de antagonistas da dopamina e, menos comumente, à retirada do agonista da dopamina. Devido à ampla utilização destas medicações, torna-se necessário o conhecimento desta síndrome pelas equipes de saúde, a fim de reconhecer e intervir precocemente, evitando assim progressão e piores desfechos.

Publicado

2023-04-19