O impacto da pandemia de COVID-19 em pacientes com labirintopatias

The impact of the COVID-19 pandemic on patients with labyrinthopathies

Autores

  • Raquel Pinto Coelho Souza Dias Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO https://orcid.org/0000-0002-2619-5497
  • Raphael Santana Spirandelli Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO
  • Gabriel de Souza Mares Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO

Palavras-chave:

Tontura, COVID-19, pandemias, quarentena, ansiedade

Resumo

Objetivo: Determinar a prevalência de piora da tontura em pacientes com disfunção vestibular periférica durante o período de pandemia Covid-19, e fazer correlação com possíveis fatores determinantes. Métodos: Estudo observacional transversal com 145 pacientes em seguimento no ambulatório de labirintopatia do Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira” em São Paulo, com diagnóstico de migrânea vestibular, Doença de Ménière, vertigem posicional paroxística benigna ou labirintopatia metabólica, no período de agosto de 2020 a fevereiro de 2021. Foi realizado um questionário online sobre os sintomas de tontura, comorbidades e hábitos durante a pandemia, e a Escala de Beck para avaliação de ansiedade. Foram divididos em dois grupos: os que apresentaram e os que não apresentaram piora da tontura. Os grupos foram comparados avaliando as vestibulopatias e os fatores de risco: idade, comorbidades, nível de ansiedade, mudança de hábitos alimentares, atividade física e exposição a eletrônicos. Resultados: A prevalência de piora da tontura na amostra (145) foi de 57,24%, sendo mais frequente entre 41 a 60 anos (59,72%) e nas mulheres (60%). Os pacientes com migrânea vestibular foram os que
mais pioraram (p=0,0309). Houve relação entre ansiedade e piora da tontura (p<0,01), em todos os casos diagnosticados. Ansiedade em nível moderado a grave foi identificada em 49% da amostra, sendo a maior parte em migrânea vestibular. Idade, sexo, comorbidades, atividade física, exposição a telas e hábitos alimentares não apresentaram relação significante. Conclusão: A pandemia teve um impacto negativo em pacientes com labirintopatias, com alta prevalência do agravamento dos sintomas, sendo os principais fatores de risco a ansiedade e o diagnóstico de migrânea vestibular.

Publicado

2023-04-19