Mesotelioma maligno do peritônio sem exposição a asbesto como causa rara de ascite

Malignant mesothelioma of the peritoneum without asbestos exposure as a rare cause of ascites

Autores

  • Luiza Alencar Saldanha Queiroz Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO
  • Raul Carlos Wahle Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO
  • José Carlos Aguiar Bonadia Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO
  • Paula Bechara Poletti Hospital do Servidor Público Estadual “Francisco Morato de Oliveira”, HSPE-FMO

Palavras-chave:

Peritoneal mesotelioma, asbestos, ascite, diagnóstico

Resumo

Introdução: O mesotelioma peritoneal maligno é uma neoplasia rara oriunda das células do tecido seroso que revestem o peritônio e apresenta uma alta letalidade quando descoberto em estágios avançados. A origem do tumor no peritônio ocorre em cerca de 20% do total de casos de mesoteliomas. A forma mais comum surge no tórax com comprometimento da pleura e está frequentemente associado à história de exposição ao asbesto. Os sintomas mais comuns são: dor abdominal, aumento do volume abdominal, perda de peso não intencional e ascite. Muitos pacientes têm diagnóstico tardio devido aos sintomas iniciais inespecíficos e à difícil caracterização do envolvimento peritoneal por imagem convencional nos estágios iniciais da doença e a detecção precoce ainda representa um grande desafio. Relato de Caso: Paciente de 75 anos, masculino, trabalhador rural aposentado sem exposição prévia a asbesto. Há cerca de 6 meses passou a apresentar aumento do volume abdominal, edema em membros inferiores, hiporexia e fadiga. Foi internado para investigação diagnóstica e submetido inicialmente a paracentese diagnóstica com retirada de líquido ascítico espesso e com padrão gelatinoso que impossibilitou a análise bioquímica do material coletado. Em exame de ressonância magnética de abdome observou-se presença de espessamento peritoneal difuso com moderada ascite. Foi submetido a laparoscopia exploradora com biópsias peritoneais que estabeleceram a presença de mesotelioma peritoneal maligno. Diante do estágio avançado do tumor e prognóstico reservado, a paciente e a família optaram por alta hospitalar e seguimento conjunto com equipe médica de cuidados paliativos. Conclusão: O presente caso ilustra a importância de termos uma alta suspeita de mesotelioma peritoneal maligno, especialmente em pacientes com quadro de ascite de início recente e imagem abdominal que mostre espessamento do peritônio, mesmo na ausência de exposição prévia ao asbesto.

Publicado

2023-02-24